Jovem engenheira vira ícone do Hardware Livre
Baseado em artigo de Rob Matheson - MIT - 03/06/2013
"Eu acho que isso representa uma oportunidade para mais fazedores e hackers verem que é possível estar em uma boa causa e em um bom negócio." [Imagem: Adafruit Industries]
É um sonho de muitos hobistas: transformar sua atividade de lazer em um negócio lucrativo e ainda trabalhar por uma causa nobre.
Foi isto o que aconteceu para Limor Fried, aluna de engenharia do MIT, cujo passatempo - mexer com eletrônica - não apenas deu origem a uma empresa rentável, mas também a posicionou como líder de uma revolução tecnológica - a chamada Era da Máquinas Livres.
Movimento Criador
Desde criança, Fried gostava de construir, melhorar ou simplesmente mexer (ou hackear) aparelhos eletrônicos, algumas vezes criando seus próprios gadgets personalizados e únicos.
Já no MIT, ela começou a vender seus aparelhos e kits para seus colegas, compartilhando livremente seus projetos em um site.
Quando a coisa começou a crescer, ela criou uma empresa que a permitisse vender pela internet - a Adafruit Industries.
Hoje, seguindo exatamente a mesma fórmula, a Adafruit tornou-se uma empresa multimilionária, citada como líder na indústria de hardware livre.
E Fried virou estrela, louvada como pioneira do "movimento criador", uma cultura que enfatiza a tecnologia do faça-você-mesmo, que está se revelando um nicho rentável.
Em janeiro, Fried - conhecida por seu pseudônimo online "Ladyada", em homenagem à matemática do século 19 Lady Ada Lovelace - foi condecorada "Empresária do Ano" pela revista Entrepreneur.
No ano passado, ela foi a primeira engenheira mulher na capa da Wired, e foi incluída na lista das "Mulheres Mais Influentes em Tecnologia" da Fast Company.
Em 2009, ela recebeu o Prêmio Pioneer da Electronic Frontier Foundation, um grupo de direitos digitais.
Ideal em primeiro lugar
Mas, é claro, não é uma simples questão de vender kits de bugigangas eletrônicas.
É fato que a Adafruit vende principalmente kits desmontados de dispositivos eletrônicos, completos, com licenças de código-fonte aberto, além de incentivar os clientes a modificar os produtos finais.
Mas o foco principal é o ensino mundial da engenharia, afirma Fried - "Uma empresa educacional que só por acaso tem uma loja no final do corredor," como ela diz.
"Há muitas pessoas muito boas trabalhando duro e inspirando o movimento criador todos os dias," diz Fried. "Todos nós temos nossos pequenos papéis que desempenhamos para tornar o mundo um lugar melhor através da aprendizagem e do compartilhamento."
Embora se diga lisonjeada com a fama, Fried espera que a publicidade ajude a promover a educação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática - e mostrar que há formas de combinar a paixão pela engenharia com o empreendedorismo.
"Eu acho que isso representa uma oportunidade para mais fazedores e hackers verem que é possível estar em uma boa causa e em um bom negócio", diz ela. "Quem quiser ajudar a ensinar eletrônica para as pessoas e fazer coisas pode transformar isso em um negócio."
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