Evento na USP vai discutir e divulgar Inteligência Artificial
Com informações da Agência USP - 25/05/2013
Uma dos grandes momentos da Inteligência Artificial nos últimos anos deu-se quando agentes de software passaram no Teste de Turing dos games.[Imagem: Peter Reynolds/BotPrize]
A USP (Universidade de São Paulo) vai sediar um evento para divulgar a área de pesquisas conhecida como Inteligência Artificial.
O evento Escola de Sistemas de Agentes, Seus Ambientes e Aplicações (WEESAC), começa neste domingo, 26 de maio, e seguirá até o dia 29, terça-feira.
Além das oficinas, pesquisadores internacionais apresentarão palestras sobre simulações, coordenação e planejamento de agentes, e engenharia de softwares.
As inscrições poderão ser feitas durante o próprio evento.
"Nós queremos efetivamente aumentar a comunidade interessada no assunto, e é uma excelente oportunidade para começar a conhecer o que são agentes", diz Anarosa Brandão, que está coordenando o evento juntamente o seu colega Jaime Sichman.
Agentes são sistemas voltados à à resolução de problemas considerados tecnicamente difíceis de serem realizados por meio de softwares comuns.
"Se queremos, dentro de um banco de imagens, buscar uma imagem ou fazer o reconhecimento de alguns padrões, não há algoritmo exato para isso, é então que as técnicas de Inteligência Artificial são usadas", explica Sichman.
Inteligência distribuída
A Inteligência Artificial não é mais um conceito futurista, ou pertencente ao mundo da ficção. Embora sem o quê de fantástico que ganha nos filmes, esta já é uma área de estudos bastante desenvolvida dentro da computação.
No mundo real, a I.A. se dedica à resolução de problemas considerados tecnicamente mais difíceis de serem realizados por meio de sistemas comuns, e para isso trabalha com os chamados sistemas agentes.
Já há 40 anos, de acordo com Sichman, a Inteligência Artificial busca encontrar e representar processos de resolução de problemas a partir de sistemas em situações em que a inteligência tenha que ser distribuída em pequenos setores com poder de decisão.
Como exemplo, o professor cita uma organização como a universidade, que possui entidades que tomam suas decisões isoladamente, buscando um melhor aproveitamento dos resultados para o conjunto. "Cada departamento tem suas metas, a Universidade tem as suas e todo mundo tenta obter o melhor resultado possível. Quando existe conflito, as pessoas responsáveis negociam", diz. E é isso que se busca desenvolver com os Sistemas Agentes e Multiagentes.
Metáforas
Para entender de verdade o funcionamento de Sistemas Agentes e suas aplicações, é impossível não se apoiar em metáforas de situações similares existentes na sociedade humana.
Em busca de resolver um determinado problema, há uma coleção de entidades que se organizam, coordenam e cooperam entre si para solucioná-lo. Sichman se utiliza do exemplo da "agência de viagens": para organizar uma viagem é preciso negociar com um agente, ou diretamente com os sites de passagens aéreas ou de reservas de hotéis, cabendo ao comprador - ou ao agente - a função de lidar com os problemas de datas, horários e preços que podem, por ventura, "não se encaixar".
O professor sugere, então, um software que tivesse a autonomia de fazer isso pelo usuário. "Seria como se você dissesse para o software: 'Tente encontrar e negociar entre todas as companhias aéreas e hotéis disponíveis quais são a melhor combinação para mim'".
Em síntese, a área de Sistemas Agentes e Multiagentes se dedica ao estudo de um conjunto de entidades inteligentes que se coordenam, cooperam, negociam e planejam para poder atingir um objetivo comum.
Segundo Sichman, muito da inspiração vem de metáforas sociais, teorias de Ciências Humanas, economia, administração e também de etologia (estudo do comportamento animal), caracterizando a Inteligência Artificial com uma área em essência multidisciplinar.
Sistemas "multiáreas"
Sichman ressalta a importância de se estar sempre em contato com outros pesquisadores das áreas das Ciências Política e Sociais. Segundo o docente, existem muitas ferramentas de simulação que podem ser úteis para essas áreas, como sistemas que podem capturar tendências de grupos sociais e simulá-los para a observação de fenômenos emergentes.
"É possível ter um nível de abstração superior que possa ter resultados interessantes no ponto de vista de ciências humanas. Na área de administração, por exemplo, tem muita gente que usa a simulação de agentes econômicos racionais, usando a Teoria de Jogos", ressalta.
Com o aumento da complexidade que se associa aos sistemas agentes, uma área que se desenvolve significativamente é a da engenharia para estes sistemas.
A professora Anarosa Brandão, que se dedica a esta área, comenta que com o tamanho os sistemas atingem, "está ficando cada vez mais difícil implementar e desenvolvê-los, então também há muitas pessoas pensando nas questões da engenharia dos softwares, pois o processo de desenvolvimento é bastante diferente do software convencional".
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