sexta-feira, 29 de março de 2013


Escola de Nova York usa tecnologia avançada para educar alunos



Uma escola de Nova York inaugurada em setembro apostou em tecnologia, cada aluno possuí um tablet  para receber tarefas on-line, diretamente do laptop do professor. Quem faltar poderá  acompanhar as aulas, ao vivo, de casa. 
No Brasil, a unidade de São Paulo deve ser inaugurada em 2016.
Link do vídeo na imagem.

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quarta-feira, 27 de março de 2013

Manual do mundo


O portal Manual do Mundo nasceu como um canal de vídeos do YouTube mostrando experiências curiosas e divertidas onde muitas vezes são usados materiais de fácil obtenção. Além de experiências de física e química, o jornalista Iberê Thenório, apresentador do programa, ensina também receitas, truques de magica e técnicas de origami. Todos os vídeos são bem explicados e muito educativos. O portal ainda dá dicas de onde comprar os ingredientes para as experiências, como por exemplo gelo seco. 
Embora um laboratório de física ou química não esteja disponível em todas as escolas, a maioria das experiências, por serem muito simples, podem ser levadas para a sala de aula. A apropriação da tecnologia como ferramenta de ensino - no caso vídeos de YouTube - é uma das principais questões do sistema moderno de educação. Em um mundo onde a tecnologia é algo intrínseco às novas gerações, um modelo pedagógico antigo não prende mais a atenção dos alunos e precisa ser revisto, de forma que se adapte à nova realidade. 
O portal Manual do Mundo pode ser encontrado neste endereço: http://www.manualdomundo.com.br/

Ideia Construtivista - Entrevista de Jean Piaget

https://www.youtube.com/watch?v=FWYjDvh3bWI

Linguagem Logo Teoria e Prática

https://www.youtube.com/watch?v=qQXmMkJz8AM

Logo para iPad

Embora existam diversas opções de interpretadores logo de uso online, os usuários de iPad podem ter alguma dificuldade em encontrar um que funcione. Pensando nisso a equipe do TurtlePad desenvolveu um interpretador, que pode ser usado no tablet da maçã. 
Nele é possível criar programas com rotinas, onde assim que a instrução é digitada o resultado aparece em uma pequena tela ao lado, mostrando ao usuário seu progresso.

O interpretador da TurtlePad pode ser encontrado neste endereço: http://turtle.lkmc.ch/

Medal of Honor e a construção da memória da Segunda Guerra Mundial

Dissertação de mestrado de Christiano Britto. Confiram o link da apresentação: http://prezi.com/832npueslxpq/medal-of-honor/?auth_key=9bfead47ba9492ab7ea0d13adce665b86095281d


03/03/2013 22h32- Atualizado em 03/03/2013 22h32

Escolas públicas apostam na tecnologia dentro das salas de aula

Conheça escolas brasileiras que trouxeram métodos modernos e aparelhos tecnológicos para dentro das salas de aula.

Imagine alunos de séries diferentes misturados todos no mesmo ambiente, estudando em computadores e celulares de última geração. Em vez de provas, jogos de computador --e quem acerta passa de fase. Essas inovações já estão acontecendo em escolas públicas e particulares no brasil.
Participe da enquete: Investir em tecnologia nas aulas melhora o ensino?
Quem tem mais de 30 anos, quando estava na escola a aula era na frente. Um muro dividia o mundo, Plutão ainda era um planeta e suas pesquisas eram feitas só nos livros. Mas quem é mais novo e está agora na escola já se acostumou a encontrar informação em um clique. A escola mudou. Qual vai ser o papel da tecnologia na sala de aula do futuro?
Além de morarem na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, Maria Clara e Giovanni Barroso têm em comum o fato de estarem sempre na frente de uma tela.
Maria Clara já sabe mexer no computador.
Giovanni gosta tanto dos joguinhos que mal consegue prestar atenção em outra coisa. “Tem campo minado, xadrez, copa...” contou o menino, enquanto utiliza o laptop.
Os dois, tão acostumados a ter sempre uma resposta na ponta dos dedos, não sabiam, mas nas férias de verão a escola municipal em que eles estudam tava sendo posta de cabeça pra baixo.
As paredes caíram, agora é tudo um espaço só. E os móveis novos seguem o projeto pedagógico iniciado este ano.
“Os móveis têm múltiplos usos. A cadeira pode virar uma coluna, uma estante. O banco vira material de exposição. O banco vira uma estante, a estante vira banco. O projeto do ambiente da escola serve justamente a esse propósito de autonomia, construção, desconstrução, pensar, repensar”, diz o designer Jair Souza.
No primeiro dia de aula, a Maria Clara e o Giovanni tiveram uma surpresa: eles e os outros alunos do sétimo ano foram misturados com estudantes do oitavo e do nono ano. Do total de 180 alunos, formaram-se grupos de seis, para trabalhar em mesas redondas. Não há professor na frente da sala, não há um ponto para onde todos têm que olhar ao mesmo tempo. É onde a tecnologia entra no projeto da Rocinha: cada aluno vai usar um computador.
“A espinha dorsal desse tipo de trabalho aqui é tentar formar dentro do aluno o interesse em aprender. De dentro para fora. E assim ele vai buscar, na internet ou com as tecnologias, e a gente vai ajudar”, disse o professor de matemática Sérgio Luís de Matos.
Os professores passam a ser orientadores nessa busca de informações. E toda semana, os grupos de alunos vão mudar, de acordo com habilidades e necessidades detectadas em testes feitos nos computadores.
“Existem outras escolas inovadoras, não só no Brasil, mas em outros países do mundo também. A grande maioria delas aposta na ajuda das novas tecnologias pra auxiliar o aumento da qualidade da aprendizagem. A tecnologia é uma ferramenta, um facilitador”, explica o subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais do Rio de Janeiro, Rafael Parente, sobre o porquê de a tecnologia exercer um papel tão fundamental.
Uma das escolas usadas como referência fica em Nova York. É chamada de School of One, ao pé da letra "escola do um". Nas aulas de matemática, os alunos chegam e vêem no mural o que vão fazer naquele dia. A tarefa é determinada pelo resultado de cada um nas atividades do dia anterior.
A diretora explica que, assim, os professores podem focar no ritmo de aprendizagem de cada aluno e não precisam esperar as provas pra descobrir as dificuldades deles.
O método é usado há três anos, e esses alunos começaram a se sair muito melhor nos testes estaduais de matemática.
Respeitar o tempo de cada um é a principal ideia de outro americano. Salman Khan estudou em Harvard, e foi tão bom aluno que teve o diploma entregue pelo então presidente Bill Clinton. Um dia, a sobrinha de Salman teve dificuldades em matemática. Ele morava longe e começou a explicar pela internet. Outros parentes pediram ajuda; Khan começou a postar as explicações. Hoje, esses vídeos têm mais de seis milhões de acessos por mês.
Salman Khan, que veio a São Paulo em fevereiro, diz que é coisa do passado ter 30 carteiras olhando para um quadro-negro, que os alunos não precisam andar juntos, compassados. “Não é preciso separar os alunos por idade, os mais velhos podem ajudar os mais novos”, diz. Ele fundou a Khan Academy e espalhou pelo mundo todas as videoaulas de matemática e de outras oito matérias.
A tradução para o português foi feita pela Fundação Lemann. E os vídeos chegaram a uma escola pública do bairro Capão Redondo, em São Paulo. É lá que Ana Beatriz de Souza estuda. Uma vez por semana, ela tem uma aula diferente.
Os alunos se organizam de acordo com os resultados conseguidos na semana anterior. Cada um deles pega o seu computador e começa a jogar. A Ana Beatriz está aprendendo subtração.
“Então a gente vai conseguindo passar de níveis. Eu já estou na Subtração II. Estou conseguindo e estou melhorando na matemática”, diz Beatriz. A regra do jogo é esta: a cada exercício que a Beatriz acerta, ela ganha um planeta do sistema solar. Quem dá asas à imaginação consegue transformar a aula numa grande aventura. “Se acertar tudo, vai chegar lá no sol”, conta a menina. Se a Beatriz acha difícil uma questão, e a viagem espacial é interrompida, ela busca na tela um dos vídeos do Salman Khan.
No fim, os professores recebem um relatório gerado pelo computador. Ficam sabendo na mesma hora quem precisa de ajuda, quem evoluiu e como a turma deve ser organizada na semana seguinte.
Em uma escola particular, também em São Paulo, cada um dos alunos têm, cada um, um tablet. Mas todos acompanham juntos as projeções feitas pelos professores. É como se as velhas apostilas ganhassem a uma versão virtual.
“O que nós fazíamos em 50 minutos, agora a gente consegue fazer em 10, 15. O professor ganha tempo, condição de melhorar as aulas e o aluno ganha muito mais conteúdo, conhecimento e prazer. A gente vê que eles fazem com prazer”, conta a professora Sandra Petracco.
O programa criado por uma empresa mexicana já foi vendido para 700 escolas na América Latina, 150 só no Brasil. Para o estudioso da informática educacional Henrique Sobreiro, é preciso avançar e mudar os métodos.
“Nós ainda estamos numa fase de usar a tecnologia para fazer as coisas velhas. Ou seja, fazer melhores provas, fazer o aluno prestar mais atenção, fazer o professor dar melhores aulas. O que a tecnologia serve é para aula, para escola, ser diferente”, analisa Sobreiro, doutor em educação pela Uerj.
A maior iniciativa do governo federal ainda aponta para a primeira etapa desse processo todo: a inclusão digital dos professores da rede pública. No ano passado, o Ministério da Educação repassou R$ 180 milhões aos estados para a compra de 600 mil tablets, que vão ser entregues a esses profissionais. Agora, aos poucos, os estados estão vendo o que fazer com a verba.
Em Minas Gerais, a Secretaria de Educação comprou 62 mil tablets, que vão ser distribuídos para todos os professores do ensino médio da rede pública. O primeiro grupo está sendo capacitado para o uso da nova tecnologia. O primeiro aplicativo instalado no tablet serve para ensinar os professores a usar a tecnologia touch screen. “Com a entrada da tecnologia, seja reinventando o tablet e outras coisas que vão para a sala de aula, a educação passa a ter um pouquinho mais de sentido para o aluno”, diz o professor Davi Barroso.
Experiências como a da Rocinha são mais caras: a escola custou R$ 3,5 milhões. Para conseguir esse dinheiro todo, a prefeitura fez parceria com 17 empresas.
“É uma falha pensar que existe uma privatização da educação quando isso sempre existiu. Eu acho que a cautela principal é: o que os alunos aprendem não pode ser influenciado pelas empresas. Elas podem até questionar, mas elas não podem decidir”, conta o subsecretário Rafael Parente.
E tudo ainda são apostas.
“São poucas experiências, mesmo em nível mundial, que tenham realmente uma mudança de paradigma da educação instalada nas suas escolas, que você possa medir o impacto da tecnologia”, avalia a doutora em psicologia da educação da PUC de São Paulo Maria Alice Setúbal.
“A importância da introdução da informática na escola não é para melhorar o rendimento escolar, é porque a informática faz parte do mundo. Então, se você não dá habilidades de começar a controlar essa máquina, você está retirando uma possibilidade de cidadania dela. A questão é como é que nós vamos melhorar a sociedade sem que, na escola, a gente ensine as crianças a dominar esse equipamento”, conclui Sobreiro.

terça-feira, 26 de março de 2013

Logo para desktop

Senhores,

Consegui baixar o XLOGO para desktop no Baixaki.
http://www.baixaki.com.br/download/xlogo.htm ( Java )

E brinquei com o jogo da velha que encontrei no site
http://xlogo.tuxfamily.org/pt/examples/tttalan.htm

Não achei nada para IPAD, alguém teve mais sorte?
Att
Élton

segunda-feira, 25 de março de 2013

Computadores e Conhecimento: Repensando a Educação

Os capítulos do livro Computadores e Conhecimento: Repensando a Educação, organizado por José Armando Valente estão neste link http://pan.nied.unicamp.br/publicacoes/publicacao_detalhes.php?id=19
Na semana passada, contribui citando Valente para sustentar um post que falei sobre jogos e simulação.  Gostaria de citar aspectos deste livro para nossa reflexão .
Fala-se muito sobre a inclusão digital no conceito de consumerização ou “popularização” de notebooks, tablets e smartphones, mas será que esta inclusão digital foi qualitativa ou significativa para educação e cognição dos usuários destes dispositivos?
Uma das repostas ser (FRÓES, 1995) “A utilização de recursos informatizados na Educação tem sido motivada ultimamente pela demanda natural que a própria informática provoca: pressionadas pela crescente participação de computadores nas diversas atividades do nosso cotidiano, reforçada nos apelos da “mídia”, que envolve as pessoas no consumo alienante de novas tecnologias, as escolas, muitas vezes sem uma preparação conveniente, investem na “informatização do ensino”.
Ainda não houve uma mudança significativa no ensino da informática, pois não existe diferença entre o quadro, o retroprojetor, o data show e a lousa digital, se o docente, como mediador do ensino, não adotar o paradigma construcionista.  Infelizmente ainda existem escolas onde são ministradas aulas de como usar planilhas eletrônicas, ao invés do professor utilizar estas planilhas eletrônicas, como ferramentas para reforçar o ensino de fatoração, logaritmos, porcentagem, exponenciação e boa parte da matemática pura. Por que um professor de ensino superior não utiliza um software de editoração eletrônica estudo dos efeitos das cores ou em fundamentos de marketing, ao invés de receitas de bolo, como modelos para elaborar cartões de visitas, cartazes e jornais? Professores do ensino fundamental poderiam utilizar softwares de apresentação slides para incentivar a criatividade das crianças, contar histórias, elaborar resumos.                
Segundo Valente (1993), o computador para ser efetivo no processo de desenvolvimento da capacidade de criar e pensar e não pode ser inserido na educação como uma máquina de ensinar. Essa seria informatização do paradigma instrucionista. O computador no paradigma construcionista deve ser usado como uma ferramenta que facilita a descrição, a reflexão e a depuração de ideias.  


Referências

FRÓES, Jorge. O computador na Educação – Informática Educacional:  Disciplina e Instrumento no Processo Educacional – XV Congresso Nacional de Educação, 1995.
VALENTE, José A. Computadores e Conhecimento: Repensando a Educação. Campinas (SP): UNICAMP, 1993.

SuperLogo



Versão gratuita de Logo em português foi desenvolvida pelo Nied da UniCamp com base no MSWLogo , pode ser interessante também experimentar o FMSLogo, com interfaces em inglês, espanhol, alemão e agora também em português.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Empresa criada com R$ 1,5 mil fatura R$ 1 milhão com aulas inovadoras

Neotrip fornece conteúdo didático para escolas e universidades.
Empresa levou pista geradora de energia para congresso.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

 

Em 2010, Maurício Calazans, engenheiro ambiental formado pela Universidade Federal Fluminense, tirou do bolso R$ 1,5 mil para começar sua empresa, a Neotrip, que cria plataformas inovadoras de ensino para escolas e universidades. Hoje, diz ele, a empresa fatura mais de R$ 1 milhão, e fechou um contrato com 19 universidades públicas do estado do Rio de Janeiro para oferecer conteúdo educacional atraente e inovador.

“A escola e a universidade vendem para o cliente aulas divertidas e inovadoras, mas não sabem como fazer isso.  Então nos contratam para montar um projeto, criar e construir uma aula prático e inovadora porque, com a  experiência prática, o aluno  não esquece”, diz Maurício, um jovem que prefere não dizer a idade: "Sou muito jovem", explica.

Maurício Calazans, da Neotrip, na EcoPista
(Foto: Lilian Quaino/G1)

Para ele, o desafio da empresa, que trabalha com educação na área de inovação, é quebrar paradigmas, uma vez que o mundo da educação, segundo pensa, é ainda muito tradicional.

“Os alunos querem matar aula porque é chato. A Neotrip não critica a teoria, porque é fundamental, mas procura implementar ações práticas no ensino. E tudo que é inovador  tem um pouco de desafio e de barreiras porque as pessoas só conhecem o antigo. O desafio maior é este, principalmente no setor público”, diz ele.

Maurício explica que sua equipe de educadores, respeitando o currículo oficial,  traduz as aulas teóricas para aulas práticas, levando para a escola o material didático digital e a dinâmica para os alunos com educadores qualificados, focados em temas.

“Em vez de aprender fauna marinha no quadro negro, os professores da Neotrip, junto com os da escola, vão ensinar com o Projeto Extrapolando, com material digital”.

A empresa usa os mesmos recursos para atender a empresas que buscam qualificar seus funcionários e executivos. A Neotrip atende a grandes emrpesas do Rio de Janeiro.

“Mas nosso sonho é trazer projetos gratuitos para a população com apoio governo e prefeitura”, afirma Maurício.

EcoPista
Para o Congresso Global de Empreendedorismo, que acontece no Rio, a Neotrip levou um produto que vai além das salas de aula de educação ambiental: a EcoPista, uma plataforma que gera energia quando se anda sobre ela.

“A EcoPista é resultado da importação de uma tecnologia da Holanda, a gente pisa e gera energia. Trabalhamos para desenvolver projetos para instalar a Ecopista em locais públicos.Imagine  um quebra-molas feito daquele material, com os carros passando e criando energia”, imagina Maurício, explicando que vende muito a Ecopista para  eventos, uma vez que atrai muita atenção. 

A Neotrip, que já desenvolveu uma bicicleta capaz de carregar o celular a partir de pedaladas, espera oferecer ao público em um ano ou um ano e meio uma bicicleta fixa para se fazer exercício em casa e que com 40 minutos de pedaladas pode gerar energia suficiente para sustentar a casa por um dia.

“Isso é o futuro, gerar energia com seu próprio movimento e sem poluir”, explica Maurício.
Ele conta que a empresa ganhou outro impulso em 2011, quando o empreendedor Alan James, da Experimental AD\Venture, uma aceleradora da economia criativa, comprou parte da empresa, hoje sediada num casarão em Santa Teresa, bairro da região central do Rio.

“A partir de então nos profissionalizamos totalmente”, diz Maurício.

 

Fonte: http://g1.globo.com

Ken Robinson afirma como as escolas matam a criatividade


Ken Robinson afirma que não obtemos o melhor das pessoas, por que não as educamos para serem pensadoras criativas, mas sim para serem boas trabalhadoras. 



quarta-feira, 20 de março de 2013

Nós da Educação 49: José Manuel Moran




O programa com o professor José Manuel Moran, doutor em Ciências da Comunicação pela USP, aborda o uso da internet na educação, em temas como a aplicação das diferentes mídias na educação e a aprendizagem colaborativa. 2008.

Fonte: TV Paulo Freire.

Educação Brasileira - Computador na Escola / Livros Digitais

O programa Educação Brasileira, da UnivespTV, acima, aborda dois temas interessantes: no primeiro bloco, a informática na escola, em particular, os tablets, numa entrevista com o professor da UNICAMP José Armando Valente; depois, no segundo bloco, a questão dos livros digitais é debatida com Jézio Hernani Gutierre, editor-executivo da Editora Unesp, que fala sobre o futuro do livro na internet e os planos da editora Unesp.

Fonte: http://blog.midiaseducacao.com/2012/09/o-computador-na-escola-e-os-livros.html


LABVIRT - Laboratório Didático Virtual

O LABVIRT é uma parceria com várias instituições de São Paulo onde podemos destacar a USP.[1] O objetivo principal dessa parceria é construir uma infraestrutura pedagógica e tecnológica, que facilite o desenvolvimento de projetos de física, matemática e química nas escolas.
O projeto incentiva no aluno: o pensamento crítico, o uso do método científico, o gosto pela ciência e principalmente à reflexão e compreensão do mundo que o cerca. [1]
Essas simulações podem ser acessadas online  ou off-line, cobrindo as mais variadas temáticas do ensino médio das escolas da rede pública. [3]

Figura 1 LabVirt- Acidez do Vinagre


A figura1 representa a imagem da simulação de como medir a acidez no Vinagre. [5]

Podemos considerar aqui o computador atuando como objeto que a criança manipula, tendo o professor como mediador em uma interação rica no processo de ensino. [2]
A criança desperta para o conhecimento inserido em cenas do cotidiano, fazendo experimentos através de um ambiente interativo dos jogos reforçando o aprendizado.

Para criação da simulação foi utilizado o Software FLASH empregado geralmente para a criação de animações interativas que funcionam embutidas num navegador web e também por meio do desktops, celulares, smartphones e tablets. [4]


Link de outras simulações

http://www.labvirtq.fe.usp.br/simulacoes/quimica/sim_qui_balanceando.htm

http://www.nupic.fe.usp.br/Projetos%20e%20Materiais/labvirt/pLABVIRT/labvirtp1em


REFERENCIAL
[1]NUPIC.  http://www.nupic.fe.usp.br/Projetos%20e%20Materiais/labvirtpp
[2] VALENTE, José Armando. Computadores e Conhecimento – Repensando a Eduacação.
[3]  PIB/D QUIMICA. http://pibidquimicaufrb.blogspot.com.br/2013/01/labvirt.html
[4] WIKIPEDIA. http://pt.wikipedia.org/wiki/Adobe_Flash
[5] LABVIRT. http://www.labvirtq.fe.usp.br/simulacoes/quimica/sim_qui_vinagre.htm

Atualizando o texto do Prof. José Armando Valente, publicado nos anos 90,  encontrei uma entrevista do próprio, publicada em 2010, onde ele apresenta inúmeras possibilidades de utilização de ferramentas tecnológicas.

Cultura digital e escola

Salto – Em várias outras ocasiões, você aponta para certo receio dos professores em relação ao uso das tecnologias na educação. Qual é hoje o panorama desse uso das tecnologias, e em especial das tecnologias da informação e da comunicação, nos processos educacionais?
José Valente – Nós nos referíamos ao uso das tecnologias, principalmente dos computadores, desvinculado do que acontecia na sala de aula. Os alunos tinham basicamente aula de informática. Então, se ensinava Word, uma planilha, e tudo isso era desvinculado do que acontecia em sala de aula. Acho que isso mudou um pouco, nós não estamos mais tão vinculados a essa abordagem, embora muitas escolas ainda usem o laboratório de informática desvinculado do que acontece em sala de aula. É uma transição muito gradativa, e o professor está começando a aprender que essa tecnologia pode ser usada para desenvolver alguns assuntos relacionados ao que ele fala em sala de aula, relacionados com a disciplina. Começa-se a ter algum projeto usando tecnologia, professores complementando o que falam em sala de aula usando tecnologia, mas ainda vejo como um apêndice. Porque o controle de quem vai ao laboratório, quando se vai ao laboratório, em que circunstância se usa o laboratório, ainda é do professor. O aluno tem pouco controle desse processo. Com a possibilidade de se ter um computador para cada um, como chamamos o 'Projeto UCA' – um computador por aluno – esse aluno vai ter o computador na sua mochila, e aí eu penso que isso vai fazer uma mudança muito grande na maneira como essa tecnologia vai ser usada na sala de aula.

Salto – Como seria essa mudança? Como você vê essa mudança?
José Valente – O professor vai ter que fazer uma adaptação muito grande naquilo que ele faz, porque o aluno vai ter acesso a essa tecnologia na hora em que ele quiser. Ele vai poder usar esse computador relacionado com que o professor está falando em sala de aula. Por exemplo, eu tenho alunos hoje que trazem seu laptop para a sala de aula, e quando estou falando determinado assunto, eles estão conectados, e me corrigem, complementam, ou trazem uma informação nova que estão vendo na tela. Acho que essa dinâmica, de o aluno poder estar conectado, poder receber e acessar informações em tempo real, à medida que o professor está tratando determinado assunto, vai fazer com que esse professor tenha que recriar a sua prática de sala de aula, ao invés de ficar colocando informação, por exemplo, no quadro de giz.

Salto – Qual é, em sua opinião, o lugar do computador na escola?
José Valente – A questão da apropriação tecnológica, que é esse ponto de que estamos falando, em diversas escalas. A 1ª escala é o professor saber ligar essa máquina, é saber que essa máquina existe e que ela pode fazer alguma coisa diferente, por exemplo, um processador de texto, uma planilha; o 2º é ele se apropriar dessa tecnologia, para ele. Por exemplo, ele fazer alguma atividade utilizando a tecnologia, como uma prova, um gráfico; o 3º nível, quando ele começa a utilizar a tecnologia para fazer alguma coisa com os seus alunos na sua disciplina. Acho que estamos, mais ou menos, nessa fase agora. Na fase em que o professor começa a entender que essa tecnologia pode ser usada para desenvolver algum trabalho, ou algum conteúdo da sua disciplina. O próximo passo é quando o professor começa a integrar as tecnologias, não só com a sua disciplina, mas com outras disciplinas. Começa a desenvolver projetos, começa a fazer o uso da tecnologia não apenas vinculada à sua disciplina, mas procurando ampliar essa disciplina. Por exemplo, usando assuntos de matemática junto com português, ou geografia, ou meio ambiente. Ou seja, o professor começa a usar o computador para o desenvolvimento de projetos, e a pensar num trabalho mais transdisciplinar, cruzando um pouco as disciplinas. E o último estágio, que é quando esse sujeito começa a usar o computador, tanto o aluno quanto o professor, para desenvolver coisas no dia a dia, como pensamos diversas tecnologias – por exemplo, o telefone celular – uma série de tecnologias de que nos apropriamos, e usamos sem nem mesmo pensar a respeito dessa tecnologia. Ela começa a fazer parte da nossa vida. Você já começa a entender que antes de sair de casa precisa acessar a internet, ou precisa se comunicar e pensa na internet, ou seja, ela começa a fazer parte do seu dia a dia. Então, eu acho que estamos no estágio 3, e se conseguirmos ir para o estágio 4, acredito que faremos uma mudança muito grande nessa abordagem tecnológica que o professor faz, no sentido de ele começar a pensar não só na sua disciplina, mas pensar em projetos integrando a tecnologia a outras disciplinas. Quando conseguirmos esse estágio, o computador começa a estar integrado ao currículo, e não mais simplesmente a ser um apêndice daquilo que se faz em sala de aula. Nesse sentido, acho que saímos do currículo, da sala de aula do lápis e papel, para um currículo da sala de aula digital.

Salto – Nós já fizemos várias séries em que você abordou a importância de alguns recursos, como blog, fotolog, podcast – que são rádios via web – fazerem parte do processo educativo. Mas esses recursos se modificam muito rapidamente, e ganham novas funções e novos usos. Hoje nós temos o twitter, que nada mais é do que um microblog, em que as pessoas escrevem em 140 caracteres. De que maneira esses recursos podem contribuir nestas atividades escolares que você acabou de apontar?
José Valente – Bom, nós estamos falando dos recursos da web 2.0, que são recursos que, em primeiro lugar, o usuário passa a ser autor. Não é mais um receptor somente da informação, mas ele começa a gerar informação por todos esses meios de que você falou. Participando de um Second Life, usando o twitter, fazendo o seu blog, fazendo uma página etc. Agora, no meu entender, são meios, são recursos que o professor pode usar. O que gostaríamos realmente que acontecesse é que esses recursos estivessem a serviço de um desenvolvimento curricular, ou seja, do que acontece na disciplina em sala de aula. Então, por exemplo, o aluno vai fazer um blog, vai tratar de um determinado assunto via blog, isso deveria estar vinculado. O professor deveria estar trabalhando esse conteúdo, esse material, junto com o aluno, de modo que nesse blog fosse tratado junto com outros assuntos, porque é impossível você ficar restrito só àquele assunto que o professor está tratando. Como eu falei antes, gostaríamos que houvesse um pouco mais dessa interdisciplinaridade. Outra coisa que está sendo muito usada e que é bastante permitido pela web 2.0 são as animações, o uso de imagens, o uso de recursos de que a escola ainda não se apropriou. Porque estamos muito vinculados à palavra, à representação linguística por palavra. Linguagem escrita e falada, e os blogs e o twitter ainda estão muito nessa linha. O que precisamos fazer é dar outro passo, que é a inclusão de outros recursos, como, por exemplo, a imagem, o som, a animação. Nesse sentido, fala-se muito dos letramentos. O letramento digital, que é a incorporação da tecnologia digital na sua maneira de pensar e fazer; o letramento alfabético, que é o uso da palavra escrita e falada; o letramento imagético, que seria o uso das imagens; o letramento sonoro, o uso do som. Então, vemos ainda que estamos num princípio muito básico do uso desses letramentos, o que vemos o professor fazendo, ou o aluno fazendo, é um power point com aqueles sons. É um uso muito trivial do som, um uso muito trivial da imagem. Os professores e os alunos precisam trabalhar melhor essas questões e ter a apropriação desses diferentes recursos, o que chamamos de letramentos. Isso significa uma mudança do currículo, que foi feito para o lápis e papel, para um currículo da era digital. Um exemplo: no currículo do lápis e papel, na questão da matemática, nós resolvíamos equações do segundo grau calculando o valor de x1 e x2, na verdade onde é que a curva corta o eixo do x. Isso é uma coisa muito trivial se você tiver os recursos de gráficos que você pode usar no computador e você vê a curva, você não precisa ver somente os pontos do x1 e x2, você vê a amplitude da curva, se ela abre ou se ela fecha, se ela é côncava, se ela é para cima ou se ela é para baixo, ou seja, o professor agora vai ter que saber o que ele faz com a curva, como é que ele interpreta isso e não mais calcular o valor de x1 e x2, que é o que nós fazíamos com o lápis e com o papel. Isso significa uma apropriação, um letramento da questão imagética do gráfico, da questão da animação, em que você vê o gráfico sendo construído, você muda os parâmetros, você vê a curva alterando, ou seja, você tem recursos hoje para serem explorados que vão além da questão do blog, que vão além da questão do twitter, outros recursos que são oferecidos pela web 2.0, que nós não estamos acessando, não estamos trabalhando ainda de modo relacionado, vinculado com o que se passa na área curricular de uma determinada disciplina, por exemplo.

Salto – Não é incomum saber de experiências que incorporam esses recursos, mas apenas os reproduzem, como o que era feito, até então, com o quadro de giz. Que cuidados o professor precisa tomar para não correr esse risco de reprodução? Você deu o exemplo de fazer um power point, que tem imagem, escrita e som, mas não necessariamente é aquilo que a tecnologia pode dar, pois apenas está reproduzindo o que era feito com o quadro de giz.
José Valente – Eu gosto muito de falar da questão da apropriação, e falamos sempre nos níveis. É um processo, não vai cair como um milagre. O professor não vai se apropriar disso instantaneamente. Acho que ele vai começar errando mesmo, tem que começar fazendo a coisa mais próxima do que ele faz, que é o giz e o quadro. Agora, o que ele precisa desenvolver é um espírito crítico, de modo a criticar isso, e sempre procurar um estágio mais avançado. "Como é que eu posso melhorar?". Eu também já fiz o meu power point com sons. Agora, o problema é que não podemos parar aí. Temos sempre que estar criticando, e falar: "Como é que eu posso melhorar? O que tem de novo que eu posso colocar?". E com isso vamos gradativamente mudando os estágios. Entender, por exemplo, que temos os novos recursos, que recursos podemos usar além da imagem? Eu estou usando bem a imagem? Essa imagem que estou colocando aí fala alguma coisa? Está relacionada com o assunto, ou é simplesmente um enfeite que eu coloquei para ficar bonito e não tem informação nenhuma? Porque o leitor está procurando as informações. Se eu não falo qual a relação que tem entre o assunto que estou desenvolvendo e a imagem que eu coloquei, ele fica perdido. Porque ele pode ler a imagem do jeito que quiser. Então, esse processo de entender isso, os letramentos, como estamos falando, passa por esses estágios em que utilizamos da maneira que sabemos, mas gradativamente teremos que fazer esse movimento de ir avançando, e procurando outros estágios. Isso aconteceu com toda tecnologia. Se pensarmos no cinema, por exemplo, inicialmente era como o teatro. Era o teatro filmado. Mas logo eles começaram a perceber que podiam fazer mais. E hoje temos uma indústria do cinema que é totalmente diferente da indústria do teatro. Esse mesmo processo acontece com a tecnologia. Não sou contrário ao fato de o professor fazer as coisas como ele faz, e que são muito semelhantes ao que ele fazia antes, no lápis e no papel. O que é preciso é que ele dê um salto e não fique nesse estágio. Nesse sentido, os alunos podem ajudar muito, porque eles estão vivendo, numa rapidez muito grande, esse desenvolvimento tecnológico, e estão se apropriando de uma maneira muito mais rápida do que o professor. É importante fazermos parceria com o professor, notarmos a maneira como ele está usando a tecnologia, e aí incorporar isso nas nossas práticas. E, gradativamente, ir mudando nesses estágios, nesses processos de apropriação.

Salto – As tecnologias da comunicação e da informação fazem parte do dia a dia dos alunos, sejam eles crianças ou jovens. Na grande maioria das vezes, eles se conectam, usam a Internet para encontrar os amigos e para fazer novos amigos. Eles estão na rede uma boa parte do seu tempo diário. Como é essa relação entre os alunos e as tecnologias pode ser incorporada pelos professores nas atividades escolares? Como o professor pode se apropriar dessa relação?
José Valente – É uma relação muito dinâmica com a tecnologia. E, nesse sentido, vamos ter que começar a pensar em outras maneiras de trabalharmos essas questões educacionais em matéria de projetos e de atividades que os alunos estão fazendo, que não devem estar restritos à sala de aula. Eu vejo, por exemplo, no curso que dou de 'midialogia', não necessito de 4 horas de aula, no sentido de que eu gostaria de trabalhar com os meus alunos de modo que estabelecêssemos quais são as atividades, quais são as tarefas, e eles saíssem para trabalhar e para fazer as tarefas. Eles não precisavam ficar na sala de aula. Por quê? Porque esses alunos estão conectados, esses alunos estão usando a tecnologia, de maneira que é muito difícil falar: "Guarda a tecnologia e presta atenção, porque eu vou passar a informação". Eles têm acesso à informação, tem acesso aos colegas, têm acesso a praticamente tudo que pudermos imaginar em matéria de recursos que possam formá-los, muito mais do que o que está no livro, muito mais do que o professor sabe. O que precisamos fazer é usar essas tecnologias, usar esses recursos para os alunos desenvolverem atividades, para os alunos trabalharem. E esse trabalho não necessariamente acontece na sala de aula. Não temos na sala de aula todos os recursos que o aluno precisa. Quando ele sai, ele pode fotografar, ele pode filmar, pode buscar as informações que ele precisa e trazer isso de uma maneira organizada, num projeto, e temos produto, temos relatório, temos meios de verificar o que o aluno fez, acessar essa informação, "corrigir", verificar como é que ele pode melhorar, e assim por diante. Ficar restrito à sala de aula está ficando muito pobre. E agora, como eu disse, com essa tecnologia móvel que estamos recebendo, o Projeto UCA – um computador por aluno – onde cada aluno vai ter na sua mochila essa tecnologia, vai ser muito difícil segurar esses alunos durante 4 / 5 horas, restritos numa sala de aula que não tem absolutamente nada. Tem a carteira, giz, e quadro. O aluno vai ter que sair para fotografar vai ter que sair para buscar pessoas, entrevistar, filmar, para trazer essas informações, coordenadas num projeto, que tem começo, meio e fim, que tem produto, que tem relatório, e assim por diante.

Salto – Você tocou numa questão que é importante: que esse professor dê um salto, de um estágio em que ele estaria hoje, apenas reproduzindo o que era feito no quadro de giz, usando as tecnologias, e você aponta a necessidade de ele dar esse salto. Agora, como ele pode dar esse salto, se ele ainda está nesse estágio de reprodução? 
José Valente – Sozinho, o professor não vai dar esse salto. Para dar o salto, é preciso de uma ação educacional, no sentido de ter alguém, no sentido de ter formação, de modo que seja possível criticar – no bom sentido – o que está sendo feito. É preciso mostrar para o professor que existem outras maneiras de ele fazer essa atividade, incrementando tanto o conteúdo, como o meio que ele usa para representar esse conteúdo. Então, é formação. Na verdade, o que precisamos é de uma formação continuada, porque essa tecnologia está num movimento acelerado de desenvolvimento. E nós estamos sempre correndo atrás desse prejuízo. Dominamos o PC – como conhecíamos – o desktop, e aí vêm outros recursos de web, por exemplo. E nós falamos dos letramentos, da imagem, do som, coisa que não podíamos usar antes, pois era muito pesado, era muito complicado usar som, usar vídeo. Hoje essas coisas estão ficando mais fáceis. Então, esse professor precisa: 1º - conhecer esses novos recursos que estão disponíveis; 2º - entender como é que ele incorpora essas tecnologias no que ele está fazendo. Nós estamos vivendo isso agora com o computador por aluno. Nós temos que aprender como é que essa tecnologia pode ser usada, e aí praticamente reproduzimos coisas que já fizemos antes, de colocar o computador em cima da carteira, como se fosse um desktop, existem escolas que estão amarrando esse computador para não ser roubado. Então, o que eles estão fazendo? Estão usando um dispositivo móvel, como se fosse um desktop. Agora, eles começam a perceber que o aluno pode usar isso em outro lugar, que ele pode levantar da carteira, mostrar aquilo para o colega, pode sair no pátio, pode tirar uma fotografia, ou seja, a própria tecnologia pode começar a mostrar essas coisas para ele. Porém, se ele integrar isso ao currículo, para saber fazer essa integração, ele precisa de alguém, do ponto de vista educacional, que esteja pensando essas questões, para mostrar para esse sujeito, para esse professor, como ele pode fazer essa integração. Se isso não acontecer, nós vamos ficar nessa banalidade, achar que porque eu já estou usando o power point, porque já estou usando o computador, estou fazendo uma grande coisa. Já não uso mais o giz e o quadro, o power point substitui. Se o professor estiver num processo de formação continuada, ele vai começar a interagir com outras pessoas, nessas comunidades, por exemplo, e verificar que podem ser feitas outras coisas, de uma outra maneira, que ele pode incrementar isso com o uso de outra tecnologia, com outro conteúdo. E com isso ele vai progredindo nessas camadas, nesse processo de apropriação. Sozinho ele não vai fazer isso. É muito difícil. Ele pode fazer isso com os alunos, nessa parceria. Ou no processo de formação continuada, que avança, que não começa sempre do estágio zero, como estamos vendo. Precisamos fazer um processo de avanço. Outra coisa que está acontecendo: as pessoas estão achando que uma vez que fizeram esse avanço inicial, que começaram a entrar no mundo da tecnologia, fazendo parte de comunidades, por exemplo, vão resolver seus problemas. O problema é que essa comunidade por si só não consegue dar esse salto. Ela precisa ter alguém pesquisando, alguém que está preocupado com o avanço, para que promova atividades na mudança desses estágios de que estamos falando. Se não houver essas pessoas inseridas nessas comunidades, elas serão como cegos conduzindo cegos. E ficam patinando, porque elas não vão conseguir desenvolver esse próximo estágio. Essas comunidades, nesse processo de formação, precisam de gente formada, pesquisando, incrementando, criticando o que está sendo feito, de modo a conseguirmos dar os saltos que são necessários nesses processos de apropriação.

Salto – Com a chegada dessas tecnologias ao universo escolar, o que a escola pode ser capaz de promover hoje, e que possivelmente ela não conseguiria antes?
José Valente – A primeira coisa é o uso do laboratório. Esse uso de laboratório ainda é controlado pelo professor, ele é que determina quando, onde e como vai ser usado. À medida que esse laboratório vai se abrindo, ou que o professor vai conhecendo outros meios de ele poder usar esse laboratório, por meio desses processos de formação, vão-se criando mecanismos para incrementar o que acontece na sala de aula, para que isso possa ser feito por intermédio das tecnologias. Isso é um processo que precisa de formação. O professor precisa estar nesse processo de formação, de modo que ele possa entender que esse laboratório pode ser usado de outra maneira. Outra coisa que vai acontecer também é a chegada dos computadores um a um, o Projeto UCA – um computador por aluno. Isso vai fazer com que a dinâmica da sala de aula tenha que se alterar. Vai ser impossível segurar esse aluno durante duas horas, com o computador desligado na mochila, e aí o professor, num determinado momento diz: "Agora é a hora de usar o computador. Tira o computador da sua mochila e vamos usar". Acho que vai ser muito complicado fazer isso, muito difícil para o professor controlar esse processo. Isso significa que vão ter que ser feitas alterações na sala de aula, e o incremento, ou a conexão, e a vinculação dessas atividades ao uso do computador, ao que se passa na sala de aula. Porque até agora a sala de aula ficava como ela era antes: giz e quadro. E, de vez em quando, vamos ao laboratório fazer uma atividade que pode não ter absolutamente nenhuma relação com a atividade de sala de aula. Se o professor tivesse alguma ideia diferente, ele poderia começar a fazer essa transição. Mas essa transição acontece num outro momento, diferente daquela que acontecia na sala de aula. Provavelmente o assunto já passou, porque a dinâmica da sala de aula é diferente da dinâmica que acontece nos laboratórios. Então, era muito difícil fazer essa integração. Eu acho, a minha grande esperança, é que com a chegada desses computadores à sala de aula, o aluno tendo acesso a essa tecnologia, essa dinâmica vai ficar muito diferente, e o professor vai começar a integrar as atividades curriculares ao uso da tecnologia. Essa é a grande esperança, o que esperamos que irá acontecer com a possibilidade do uso da tecnologia um a um, ou um computador por aluno, como conhecemos.

Salto – Fala-se muito que estamos vivendo na era digital, a cultura digital. Como seria uma escola que de fato estivesse em sintonia com essa chamada cultura digital?
José Valente – Cultura digital, para mim, significa que o aluno tenha acesso, que já incorporou essa tecnologia digital ao seu dia a dia. Se eu tenho o meu celular, eu o uso do jeito que eu quero, começo a gerar conteúdos, tiro uma fotografia, mando uma mensagem, mando a foto, recebo a mensagem, recebo a foto. Ou seja, vivemos com a tecnologia digital, porque essa tecnologia está incorporada ao dia a dia, à maneira como o sujeito pensa e faz as atividades do dia a dia. Eu acho que a escola vai ter que chegar nesse nível, de o aluno ter chance de poder usar essas tecnologias móveis da maneira como ele acha mais adequado, dentro, claro, de uma abordagem curricular que está sendo desenvolvida pelo professor, num determinado conteúdo que está sendo tratado pelo professor, porém, a maneira como o aluno vai usar, vai depender muito do que ele está fazendo, do projeto que ele está fazendo. Por quê? Porque essa tecnologia obriga que ele passe a ser autor. Ele é autor do seu projeto, da sua atividade. Ele não é mais receptor das informações, mas ele passa a gerar informação. Para mim essa é a escola digital. No sentido de o aluno estar gerando conteúdo, de ele ter acesso à tecnologia à hora em que ele quer, no momento em que ele quer, quando ele precisa, para desenvolver uma atividade que ele deseja, do jeito que ele deseja. Claro que o papel do professor nesse processo vai ser diferente, por quê? Porque ele não vai mais   repassar o conteúdo, repassar a informação, mas ele vai ser o sujeito que vai, de certa maneira, administrar o uso que o aluno está fazendo, porque não pode fazer qualquer coisa. Tem um projeto que está sendo desenvolvido, tem um projeto que tem que ser entregue, tem um projeto que tem que ser elaborado, com relatórios, com produtos, e assim por diante. Esse professor passa a ser o coordenador, o administrador de como o aluno faz isso, de como ele produz, se ele produz, se ele produziu dentro dos parâmetros que foram estabelecidos, do ponto de vista do uso de conteúdo, da maneira como ele apresenta, de como ele usa a imagem, de como ele usa a palavra escrita, de como ele usa sons, e assim por diante. Ou seja, o professor vai fazer um contrato com os alunos, do ponto de vista de um projeto que tem que ser desenvolvido, que trata de um determinado conteúdo, e esse aluno vai trabalhar, não de maneira restrita à sala de aula, naquelas quatro horas, mas ele vai trabalhar desenvolvendo esse projeto, que pode ser fora da sala de aula. E aí ele traz para dentro da sala de aula esse produto que ele desenvolveu, com relatório, e assim por diante, e esse professor vai verificar se esse trabalho foi realizado de acordo com aquilo que tinha sido combinado, ou se ele vai ter que refazer, porque determinados conteúdos não foram tratados, determinados usos tecnológicos não foram feitos, as imagens estão sendo mal utilizadas, o som foi mal utilizado, e assim por diante. Essa é a escola digital. Essa é a escola da era digital. Isso significa fazer também mudanças curriculares. É impossível você pensar esse aluno trabalhando com essa abordagem, com esse mundo tecnológico, e pensarmos o currículo feito no lápis e no papel, como ele é feito hoje. Isso significa mudança nessa abordagem curricular, não significa mudança dos conteúdos. Não é a matemática que vai mudar, não é a física, não é o português, é a maneira como esses conteúdos vão ser tratados. Antigamente eles eram tratados só com lápis e papel, e hoje você passa a tratar com outros letramentos (imagem, som), dinâmicas da era digital, da web 2.0. Isso significa o currículo da era digital, e não o currículo da era do lápis e do papel. Nós temos que sair da era do lápis e do papel, e passar para a era digital. Do ponto de vista tanto da tecnologia como a usamos, como das abordagens pedagógicas, e o currículo vai ter que sofrer essa transformação de passar a ser o currículo da era digital.

Acessado em março/2013